Liturgia do Desdar (Ou o nome que Você deveria dar…)

Há de ser este o triste fim
Se tu às volta com a maldade
der permissão de varar-me o peito
a seta aguda da saudade

Me falta a terra sob os pés
e aos santos se nega o amém
seu tua boca a verter fel
diz que amor não mais me tem

Tivesse eu tuas mãos de anjo
que afagavam-me n’outrora
ascenderia deste abismo
deixava de ser ímpio agora

Mas como a vida que te oferto
não lhe desvia nem lhe tenta
encerro aqui minha prece
como quem sopra na tormenta….

Primeira Loucura

É assim que se faz assado, o negro céu ja anuncia o que eu penso
nunca percebeste que isso é loucura e não impressão sua ou minha?
Ou tu realmente pensas que pode-se levar para si algo que nunca existiu ou até mesmo existe
mas não faz sentido algum. Na verdade você pode, pois é algo muito particular, muito seu. Existe para você
Afinal tudo limita-se ao palpável, ao visual, ás percepções que nosso senso é capaz de compreender, pelo menos no senso comum, concorda?
Como eu sei que você não é leigo, muito menos um iniciante, vou dizer que tudo é real
Tudo
Não há nada que não exista de verdade
Porque na realidade tudo é nada e nada é Tudo
E a verdade não existe em absoluto.
O Vazio é tão profundo e tão Tudo que não é Nada
E nada disso que eu disse talvez te faça sentido…ou até faça, se tu acredita em mim
Se Nada é Tudo, então o que eu disse é Tudo
e Nada
E voltamos a mesma loucura que eu dizia no começo desse papo todo.
Eu nunca me entendo.
Nem quero enteder
Tem coisa na vida que você apenas aceita, pois é complexo demais para tentar sistematizar tudo num raciocínio puro.
É a mania da gente querer saber de Todas as coisas. Mesmo sabendo que tudo é infinito e existem infinitas coisas alienigenas demais para nossa mente humana tentar compreender.
É uma questão de aceitar sua condição de ser tão insignificante diante da imensidão da infinitude
E aceitar sua grandiosidade diante de você mesmo.
Eu sei que isso pode fazer sentido para alguém um dia, as vezes faz para mim.