Sonos Perdidos

Sonos Perdidos

De vez em quando ele perdia noite
e madrugada,
pensando,
Na realidade ele sentia,
sentia tudo vago,
Difícil dizer. Tava tudo perdido, não tinha mais volta.
Fizera tudo. Sonhou com uma Solução da ultima vez que dormiu, mas logo percebeu o quão inútil ela seria. Não surtiu efeito.
Acendia um cigarro, tragava
e relaxava.
Pensava.
Incomodava-se.
Conformava-se.
Se perdia de novo em pensamentos.
E de novo Incomodava-se.
Não conseguia entender o motivo daquilo tudo,
Daquele destino que tanto lutara para evitar.
Aperta as mãos, ansioso.
Será que existe ainda algo para fazer?
Não.
Deveria ele aprender a sentir essa dor?
Revertê-la?
Quem sabe. Talvez
Talvez seja isso.
Ou talvez falar tudo que sentia, pela vigésima vez?
Sei lá. Prever comportamento é uma atividade difícil de desempenhar.
Acendia outro cigarro e caminhava para janela.
Observa.
Silêncio. Vazio. Nem um carro, nem uma pessoa passando na rua.
Talvez ele devesse buscar isso.
Talvez esse silêncio. Isso talvez o libertasse de vez.
Enquanto tragava seu cigarro se perdia de novo em pensamentos.
Será que isso nunca passaria?
O porque de sua cabeça sempre voltar ao mesmo assunto.
Ele tentava pensar no serviço de amanha,
Na possível Ebriação com amigos queridos no fim do dia,
Mas sua mente insistia em traí-lo.
Acabou o cigarro, merda…
Tenta deitar.Dormir talvez, mas relaxar é o mais importante
Nenhuma posição parece agradá-lo.
A garganta pede um pouco de água, depois de fumar uma carteira inteira, ultima que ele achara na bodega ao lado.
Levanta, ja suado de calor…será que é só calor mesmo…? cidade quente
Sua, enxuga a testa, lava o rosto na pia.
Pensa, cara…. pensa, o que você fez?…
…As pessoas que não prestam, nunca te entenderão…você é bom, atencioso, inteligente…
Eles…eles que não valem nada.Não tem a mesma pureza de sentimento e sensibilidade que você tem, nunca entederão
Tu sabes teu valor, amigo, tenta ser feliz. E procure apenas o que tu quer agora.
Mas o que eu quero….
Porra de cidade quente… vou me mudar daqui.
Suava mesmo diante do ventilador.
E não suave era o que sentia.
Quarto,
devia deitar de novo.
Queria mesmo era um porre, um trago pra não raciocinar, quem sabe outra carteira de cigarro. ser irracional. tava se acostumando com isso.
Estava fritando pensamentos. Fluxo rapido. Angustiava-se. Podia ser que tudo fosse um sonho.
Caralho, tá tarde. Amanhã deveria levantar cedo.
Queria voltar a ser um.
Aquele velho encontro de pernas e mãos.
Os pés apoiados na mesma almofada.
O toque da pele
A ternura.
A mesma promessa feita todos os dias, nos dias dourados.
As brincadeiras tão tolas, mas que ao mesmo tempo eram tão adoradas.
Aquele sorriso que guarda na memória.
Ta parecendo tudo tão real.
Amanhã vai tar tudo bem, eu acho.
Mas porra, vai ter que acordar mesmo, tudo não passa de uma farsa da tua cabeça traiçoeira.
E volta tudo de novo, apenas se passou uma das tuas proximas infinitas madrugadas. Um dos teus proximos infinitos Sonos Perdidos.

Ps: P. R.

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